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6.7.19

[Novidades] LANÇAMENTOS DO MÊS DE JULHO - EDITORA ROCCO


Spoonbenders: Muitos livros contêm em sua premissa elementos com potencial para entreter os leitores da primeira à última página. Este é o caso de Spoonbenders: a fabulosa família Telemachus, do escritor norte-americano Daryl Gregory, que mistura clarividência e psicocinese com agentes secretos da Guerra Fria, mafiosos de Chicago, vigaristas presunçosos e uma família disfuncional passando por uma crise de proporções possivelmente catastróficas. Poucos, no entanto, são os livros que, não só cumprem o que prometem, como conseguem ir além. Este, definitivamente, também é o caso de Spoonbenders. Como o próprio título sugere, a história gira em torno da família Telemachus, cujos membros fizeram um sucesso meteórico, nos anos 1970, ao deslumbrar plateias por todos os Estados Unidos com suas incríveis habilidades paranormais. À frente da trupe, está Teddy Telemachus, ironicamente, o único sem poder psíquico real, mas que compensa sua genética ordinária com muito carisma e a astúcia de um mestre na arte da vigarice. O verdadeiro talento da família sempre foi sua esposa, Maureen, “A Paranormal Mais Poderosa do Mundo”, mas cada um dos três filhos do casal herdou, à sua maneira, os dons da mãe. Irene, a mais velha, é um detector de mentiras humano, capaz de identificar as menores insinceridades ou fabricações nas palavras dos outros; Frankie é um telecinético, permitindo-lhe dominar as máquinas de pinball de sua juventude e, mais tarde, as mesas de roleta de cassinos; e Buddy, o caçula, consegue prever o futuro, incluindo o placar dos jogos que o pai tanto gosta de assistir, mas também tem a habilidade de reviver momentos do passado de sua família como se eles fossem o presente, como se pudesse viajar no tempo e experimentar mais de uma realidade simultaneamente. Os holofotes ficaram para trás, no entanto, e os poderes psíquicos dos Telemachus nunca trouxeram felicidade a nenhum deles, pelo contrário. O agora da família, mais especificamente o ano de 1995, quando o livro começa, não tem nada de fortuito ou extraordinário — exceto para Matty, o filho de Irene, que acabou de descobrir que pode ter herdado os poderes de projeção astral de sua avó. Quando Buddy, que parece ter enlouquecido completamente e recusa-se a dizer palavra aos membros de sua família, passa os dias iniciando um projeto DIY após o outro, na casa de Teddy, com aparentemente nenhum plano para concluir qualquer um deles, sua família não faz ideia de que ele sabe que algo desastroso está para acontecer e tem um plano para salvá-los. Pelo menos ele acha que pode salvar a maioria deles. Apesar dos pesares, que não são poucos, e de todos os tropeços, também inúmeros, a família Telemachus vai fazer você rir alto lendo este livro. E tem mais, eles sabem se unir quando as coisas ficam realmente difíceis e se alguém resolve mexer com um deles, vai ter que se ver com todos eles. O modo como Daryl Gregory consegue manter o ritmo e as rédeas da trama, enquanto conduz o leitor pelos diferentes arcos de história de cada um dos fabulosos membros da família Telemachus, é surpreendente, uma mistura de malabarismo com ilusionismo. Os cenários vão do auge da Guerra Fria, em meio a temores de espionagem psíquica russa, aos nostálgicos anos 1990, com o advento da internet discada e uma nova onda de crime organizado em Chicago. Mais impressionante ainda é como Gregory amarra os tópicos do enredo, culminando em um grand finale, elegante e engenhoso. Spoonbenders é uma ficção fantástica incrivelmente original, engraçada e inesperadamente reconfortante, que facilmente vai figurar a lista dos livros mais imaginativos e bem escritos que você já leu. Não se trata de um típico romance sobre dramas familiares, mas é divertido e envolvente como os melhores deles, com personagens cujo charme não tem nada de truque barato. O livro tem também um quê de thriller de suspense, levando o leitor em um passeio de montanha russa que vai fazer tremer até o mais corajoso fã de histórias de gangsters. A família Soprano encontra Truque de Mestre, com toques de Arquivo X (sem os alienígenas, mas com muitas coisas inexplicáveis). Nos agradecimentos finais, Gregory escreve o seguinte sobre os poderes psíquicos de seus personagens: “nada disso é real, amigos.” Mas o melhor truque deste escritor é nos fazer acreditar que é.

Na ponta dos dedos: Londres, segunda metade do século XIX. Sue Trinder, órfã de nascença, cresceu numa área degradada da cidade junto a uma família onde eram "todos mais ou menos ladrões". Sob o comando da sra. Suckby, a matriarca, o grupo passava os dias entre pequemos delitos – vivendo, de furto em furto, na ponta dos dedos. De uma hora para outra, no entanto, o destino de Sue se conecta ao de outra órfã – esta morando num casarão sinistro num campo não tão distante. Finalista do Man Booker Prize e do Orange Prize, Na ponta dos dedos é um dos mais prestigiados livros da britânica Sarah Waters, autora de Os hóspedes. Remetendo a Charles Dickens, Jane Austen e às irmãs Brontë, Waters cria, sob um olhar contemporâneo, um impactante romance vitoriano que congrega mistério, erotismo e reconstituição de época numa narrativa impecável. Como parte um plano capitaneado por um colega de golpes da família chamado Richard Rivers – mais conhecido como Gentleman por conta de seu charme e fala empolada –, Sue vai trabalhar como camareira na mansão de um idoso pedante, excêntrico e possessivo chamado Chistopher Lilly. Ele mora sozinho com a sobrinha e única herdeira, a jovem e frágil Maud, mantida parcialmente isolada do mundo. O papel é Sue é conquistar a confiança da moça e, nas palavras de Gentleman, "mantê-la tola e persuadi-la, em sua ingenuidade, a cair na cilada" – ou seja, casar-se com o charlatão após a iminente morte do tio. Em seguida, Gentleman pretende dar o toque final em seu golpe: internar Maud num hospício e tomar posse da fortuna deixada pelo velho. O que Sue não esperava era sentir tamanha afinidade com Maud, algo que, aos poucos, se transforma em desejo sexual e, enfim, numa avassaladora paixão. Enquanto os detalhes se apresentam em camadas e mais camadas de reviravoltas, jogos psicológicos e erotismo, o ponto de vista da narrativa se alterna entre Sue e Maud nas idas e vindas de uma trama que, página após página, nunca deixa de encantar, surpreender e impressionar. Conduzindo o leitor, com bem-vindos sobressaltos, entre planos sombrios de realidade e aparência, a autora constrói seu texto com precisão técnica e domínio emocional, fornecendo cada informação de maneira precisa e no momento exato. E, embora Na ponta dos dedos remeta, com muito estilo e propriedade, à literatura vitoriana, seu subtexto não poderia ser mais atual, abordando com liberdade questões de sexualidade, gênero e classe. A tudo isso se soma um trabalho sofisticado de construção de personagens, descrições de encher os olhos, ambientação atmosférica, atenção minuciosa aos detalhes históricos, diálogos precisos e um texto com o raro dom de ser tão virtuoso e elegante quanto extremamente fluido. Todo esse apuro, aliás, foi um prato cheio para o cinema: em 2016, o romance, transposto para a Coréia do Sul durante a década de 1930, foi adaptado para as telas como A criada, produção dirigida pelo aclamado Park Chan-wook (de Oldboy) que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Cola: Quais os códigos capazes de manter um grupo unido por mais de três décadas? Em Cola, Irvine Welsh apresenta aos leitores um outro quarteto vindo dos conjuntos habitacionais de Edimburgo, na Escócia: Terry Lawson, Billy Birrell, Andrew Galloway e Carl Ewart. Assim como em Trainspotting, a obra mais famosa de Welsh, sexo, drogas e violência estão presentes no dia a dia dos amigos, que se conhecem desde criança. Dividida em cinco partes, a história é contada sob diferentes perspectivas. Nos anos 1970, são mostrados fatos que marcaram a infância de Terry, Billy, Gally e Carl, dando pistas de como a atitude dos pais dos quatro meninos viria a refletir em seu comportamento no futuro. Paralelamente, as estrelas de Trainspotting - Begbie, Sick Boy, Spud e Renton – fazem pequenas aparições em Cola ou são citadas pelos protagonistas da trama, todos bem mais jovens do que a turma criada no Leith. A partir dos anos 1980, os rapazes assumem a narrativa, permitindo aos leitores identificar o perfil de cada um. Enquanto a grande preocupação de Terry é levar para a cama o maior número possível de mulheres, Billy aposta na carreira de boxeador e Carl desponta como DJ. Já Gally se revela o mais frágil dos quatro: mandado para a prisão duas vezes, sofre de depressão, fica viciado em heroína e contrai o vírus HIV ao compartilhar seringas. Além de mostrar a passagem da infância para a adolescência, Irvine Welsh foca na fase adulta de Terry, Billy, Gally e Carl. Conforme mudam as perspectivas de vida dos personagens, os leitores percebem alterações no estilo da música ouvida pelos amigos, que vai do punk ao techno, e no tipo de droga que consomem – as anfetaminas dão lugar ao ecstasy. No aspecto profissional, Billy se aposenta como boxeador e vira dono de bar, ao mesmo tempo que Carl faz carreira nacional e internacional como o DJ N-SIGN. Já Terry vive de seguro-desemprego e assalto a residências. Ainda que os integrantes do quarteto pareçam seguir em direções diferentes, eles sempre dão um jeito de se encontrar – seja para aproveitar a Oktoberfest de Munique, na Alemanha, ir à boate onde Carl trabalha como DJ, assistir a um jogo de futebol ou se meter em alguma briga. A lealdade do grupo é forjada em princípios básicos passados de geração a geração, como sempre apoiar os amigos e nunca dedurar ninguém, mesmo se for um inimigo. Apesar de seguirem um código de honra próprio, Terry, Billy, Gally e Carl guardam segredos que podem abalar seu relacionamento de mais de 30 anos. Frutos de uma classe operária esmagada pela pobreza e a violência, paira sobre eles o fantasma da quebra de confiança. Mergulhe na trama de Irvine Welsh e descubra se eles conseguirão driblar mais esse golpe. Irvine Welsh nasceu em Leith, distrito de Edimburgo, na Escócia, e abandonou a escola aos 16 anos, passando por vários empregos até se mudar para Londres, na década de 1970, onde teve a oportunidade de circular pela cena punk. De volta a Edimburgo, fez um MBA na Heriot Watt University. Inspirado pela cena rave dos anos 1990, criou um grupo de personagens que acabaram imortalizados no livro Trainspotting, sua obra mais famosa. Atualmente, ele mora em Chicago, nos Estados Unidos.

Como eu escrevi as Guerras Zumbis: Como eu escrevi as guerras zumbi é o mais novo livro do bósnio Aleksandar Hemon. A história acompanha o roteirista aspirante Josh Levin na tentativa de vender o seu primeiro roteiro enquanto dá aulas de inglês para imigrantes judeus e equilibra uma delicada relação com a namorada. Para tentar emplacar algum roteiro, Josh Levin se inscreve em uma oficina de roteiro junto a outros potenciais autores. Com o laptop repleto de idéias e o feedback de uma turma dos colegas, Josh consegue uma ideia que promissora: Guerras Zumbis. O trabalho se desenvolve lentamente, e o leitor passa acompanhar em paralelo com a vida de Josh, a história de um soldado que luta para sobreviver em um mundo devastado pelos zumbis. Até que um dia, o jovem chega em casa e encontra Stagger, seu senhorio, um problemático veterano de guerra, brincando com suas cuecas. O absurdo da situação e a reação extrema de Stagger, levam Josh e fugir do apartamento e se abrigar com Kimmie, sua namorada e começar uma vida de casados. Esse idílico momento dura pouco, pois Josh se envolve com Anna, uma imigrante bósnia, sua aluna. Anna tem um filha adolescente e é casada com o violento e ciumento Esko, que quando descobre o caso, resolve tirar satisfações. As decisões cada vez mais absurdas de Josh vão destruindo as vidas de todos ao seu redor, e mesmo embalado por bebidas e a maconha “batizada” de Stagger, Josh tenta a todo custo terminar seu roteiro e salvar seu namoro. Aleksandar Hemon conta a louca saga de Josh, apresenta como contraponto o roteiro de Josh com as aventuras do Major Klopstock em um mundo devastado pelo apocalipse Zumbi. A histórias correm paralelas e as decisões de Josh são refletidas no personagem do Major, o alter ego do autor. Como eu escrevi as guerras zumbi é engraçado, violento, e um divisor da carreira para Hemon. A facilidade que o autor passa de uma história a outra é a mostra de seu grande talento e a prova de porque Hemon é um dos celebrados autores da atualidade.

Daniel, Daniel, Daniel: A primeira vez que Daniel percebeu que era louco foi em uma terça-feira. Claro que ele já tinha percebido isso antes mas vinha a todo custo tentando negar para si mesmo e disfarçar para todos ao seu redor. E é claro também que isso não é verdade. Daniel não é louco, apenas ainda não sabe disso. Daniel Leigh, fala-se “li”, não “lei”, tem treze anos e mora com seus pais e irmãos (o mais velho, Steve, a quem recorre para garimpar conselhos que o ajudem a enfrentar a dura realidade de ser desajustado em plena adolescência e a mais nova, Emma, com quem passa as noites lendo e imaginando histórias escondidas no estuque do teto quarto). É magricela, dono de um humor sarcástico, com olhos azuis, sardas e um cabelo que muda de loiro para castanho de acordo com a estação. Adora ler, escrever (tanto que está até escrevendo um livro) e adora Raya, uma menina popular, maneira, muito madura e bonita demais para se interessar por ele. Popularidade não é o seu forte, mas sendo jogador do time de futebol americano (tudo bem, ele é só o kicker reserva) e tendo como melhor amigo o astro do time, Max, Daniel não é do tipo isolado, calado, nem nada disso. Mesmo com toda sua timidez, esquisitice e loucura, Daniel consegue interagir com alguns colegas e participar do que quer que a escola proponha, o que inclui um baile para o qual ele não tem coragem de convidar Raya, é claro. Mas não é o dia a dia de Daniel a parte mais, digamos, complicada dessa história. São as noites de Daniel que nos mostram quem ele é de verdade. Daniel precisa seguir o Ritual todas as noites antes de se deitar, do contrário, algo muito ruim pode acontecer, alguém pode morrer e ele pode nunca mais ter a chance de consertar o que quer que seja. Isso tudo acontece na cabeça de Daniel e ele não entende que seu corpo está apenas respondendo à uma manipulação cerebral. Algumas vezes durante o dia, em uma aula ou um treino de futebol, Daniel mantem pequenas atitudes para que nada dê errado, mas quando chega a noite, ele simplesmente precisa seguir o Ritual. Não importa quanto tempo demore, ou se suas gengivas sangrem por escovar os dentes mais de 100 vezes, ou se suas mãos esfolem por lavá-las e secá-las na toalha idiota cor de rosa até que estejam tão vermelhas quanto seus olhos que não param de derramar lágrimas, ele depende disso para dormir mantendo o mundo em ordem. Todas as noites. Em um dia como outro qualquer, entediado com os treinos de futebol, ou preocupado por ter pisado em uma das linhas do piso do corredor, Daniel recebe um bilhete enigmático assinado por alguém chamado “Criança das Estrelas”. Sem entender o que aquilo significava, acaba por não dar tanta importância. A “Criança das Estrelas” é Sara, ou como a chamam na escola – PsicoSara, uma menina esquisita como Daniel, que frequenta as aulas acompanhada por uma monitora e passa a maior parte do dia olhando para o nada e calada. Mas ela observa Daniel há tempos e sabe que de maluco ele não tem nada, ele é uma “Criança das Estrelas” assim como ela. Sara se revela para Daniel e pede sua ajuda para investigar o sumiço de seu pai. A partir daí, os dois em um gesto de empatia mútua, identificando-se cada qual com suas particularidades, medos e fragilidades, embarcam em uma grande aventura de investigação e autoconhecimento que os transformarão para sempre. É Sara quem conta à Daniel que ele possui TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), um distúrbio psicológico que faz com que a pessoa precise seguir rituais para que suas vidas permaneçam “normais” ou menos “anormais”. Daniel, Sara, Max e Raya são alguns dos personagens cativantes que conduzem esta história que nos conta não somente as loucuras de um adolescente de treze anos desajustado, mas nos mostra que empatia, autocuidado, amizade e incentivo é tudo o que precisamos para traçar nossos destinos e enfrentar a nossa própria loucura. Daniel não tem certeza se gosta da ideia de destino porque isso meio que significa que não temos escolha. Mas ele tem escolha sim: SER FELIZ!

Cabala e a arte de manutenção da carroça: Quando algo que você esperava não dá certo, você lamenta, mas segue em frente, revendo processos ou aproveitando novas oportunidades criadas pelo “problema”? Ou se atormenta pensando no que poderia ter feito para evitá-lo, ficando paralisado, sem saber o que fazer, ou, pior, insistindo em agir da mesma forma – e que fatalmente irão levá-lo ao mesmo erro? Em geral, boa parte das pessoas vive o segundo caso. A falta de habilidade em lidar com as expectativas e a tentativa permanente de evitar o risco levam as pessoas a mergulhar no que o rabino Nilton Bonder chama de tsure, termo em iídiche para a aflição gerada pelos infortúnios. Diante desse cenário, o rabino indica que a solução é abraçar o risco e incorporá-lo, para que ele possa ser gerenciado, já que ele não pode – nem deve - ser evitado. É esse conceito que o autor desenvolve em A cabala e a arte da manutenção da carroça – Lidando com a lama, o buraco, o revés e a escassez. O lançamento é o primeiro volume de uma série de sete livros inspiracionais sobre comportamento sob a ótica da cabala. Bonder diz que o risco é uma condição comum ao humano, afinal “o perigo é uma epiderme que roça a vida”. “Flertar com o risco mostrou-se um recurso inestimável para nossa civilização”, diz o autor. Por meio de uma escrita sucinta, de leitura rápida, mas muito aprofundada, Bonder abre os capítulos contando sempre uma fábula. A estrela dessas histórias é sempre a figura da carroça, uma espécie de startup dos tempos antigos, que reunia inovação, engenharia e energia transformadas em negócio em si – os produtos eram vendidos sobre as próprias carroças sobre os quais eram transportados – e também era um instrumento de prospecção de novos negócios e oportunidades: “Antes de o mundo se concentrar em metrópoles e dispor de meios avançados de comunicação, a carroça era a loja-escritório e a empresa. De um ponto de vista simbólico, a carroceria representava o produto/mercadoria; as rodas, o marketing; e o cavalo, as vendas. O mercado, por sua vez, era o caminho por onde transitava a empresa, enfrentando entraves e contratempos”. É a partir do que acontece com as carroças nas histórias – ela fica atolada na lama, ela tomba, o cavalo que a transporta morre – que o autor utiliza os princípios da Cabala, como a teatralidade – quando um objeto ou situação é decomposto em quatro diferentes esferas – para analisar os riscos nas quatro formas elencadas pelo rabino: a lama, que se dá no plano físico e representa a vulnerabilidade; o buraco, que se dá no plano emocional e representa a incerteza; o revés, que se dá no plano intelectual e representa a complexidade, e a escassez, que se dá no plano espiritual e representa a ambivalência (a escassez pode ser apenas uma forma na qual a abundância se apresenta ou se oculta). A partir dessa estrutura, Bonder oferece aos leitores a possibilidade de avaliar os riscos, abraçá-los e virá-los a seu favor, mantendo a “carroça” (negócios, planos, projetos) em plena atividade.

O livro das palavras: Misturando um monte de letras o que é que dá? E um monte de palavras, será que dá para misturar? Em O livro das palavras, o aclamado autor Caulos brinca com as letras do alfabeto com a maestria que só ele é capaz. Autor da prestigiada coleção Pintando o Sete, em que recria a vida de pintores famosos como Mondrian, Matisse, Giotto e outros, Caulos apresenta aos pequenos um mundo que pode parecer distante para eles, além da compreensão de suas pequeninas cabeças, mas nada que uma boa dose de diversão e desenhos desengonçados não resolvam. Em O livro das palavras, chega a vez de apresentar letra por letra a salada formadora de palavras. E palavras misturadas formam livros. E livros formam outros mundos. Como em um dicionário, que tem todas as palavras, aqui somente as escolhidas, as melhores, as mais bonitas. Como A de arte ou B de bola do mundo. Como G de girassol, H de humor ou J de jararaca que comeu a jaca. De A a Z, em meio a brincadeiras e trocadilhos que prendem a atenção dos pequenos leitores, Caulos propõe uma aventura que pode ser lida sozinha ou em companhia dos pais e amigos. É certamente um livro que não pode faltar na coleção do seu pimpolho.


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