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25.9.19

[Resenha] A Paciente Silenciosa :: Alex Michaelides

A Paciente Silenciosa
Autor: Alex Michaelides
Editora: Record
Páginas: 350
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Um assassinato, uma verdade oculta. As raízes do silêncio são muito mais profundas do que se pode imaginar. Alicia Berenson escreve um diário para colocar suas ideias em ordem. Ele é tanto uma válvula de escape quanto uma forma de provar ao seu adorado marido que está bem. Ela não consegue suportar conviver com a ideia de que está deixando Gabriel preocupado, de que está lhe causando algum mal. Alicia Berenson tinha 33 anos quando matou seu marido com cinco tiros. E nunca mais disse uma palavra. O psicoterapeuta forense Theo Faber está convencido de que é capaz de tratar Alicia, depois de tantos outros falharem. E, se ela falar, ele será capaz de ouvir a verdade?


"A paciente silenciosa" é uma obra que alterna narrativas em primeira e terceira pessoa e é dividida em prólogo + 05 partes.

Conforme a sinopse explica, Alicia Berenson é uma artista na casa dos 30 anos de idade que é casada com Gabriel, um homem de 44 anos de idade. Ao que tudo indica os dois vivem um ótimo casamento: ela uma pintora e ele, um fotógrafo de moda. Claro que a vida a dois tem seus altos e baixos, mas Gabriel começa a se preocupar com a esposa quando ela menciona situações estranhas. Pouco tempo depois, Gabriel é assassinado com cinco tiros em casa e a única pessoa no local é Alicia, que torna-se muda desde a chegada da polícia. 

O caso torna-se uma grande comoção e a mídia fica em polvorosa. O julgamento de Alicia é irrefutável e a pintora é condenada e mantida em um hospital psiquiátrico. Muitos acreditavam que isso era uma jogada de Alicia e que após ser enviada para o hospital voltaria a falar e viver normalmente, mas não é o que acontece. Anos se passam e Alicia não emite um som, vivendo como um zumbi e tornando-se um caso sem resolução para muitos médicos e especialistas, exceto para Theo Faber que acompanha o caso à distância desde o início e agora tem a oportunidade de trabalhar no hospital psiquiátrico onde Alicia está internada e como consequência, curar a paciente.

“É estranho como a gente se adapta rapidamente ao pavoroso mundo de um hospital psiquiátrico. Ficamos cada vez mais à vontade com a loucura, e não apenas a loucura dos outros, mas a nossa própria”. 

Theo é um homem com um passado turbulento que conheceu a terapia no momento em que mais precisava. Ao ver em primeira mão os benefícios dela, estudou e tornou-se médico, disposto a ajudar o próximo a enxergar a luz no final do túnel. Mas será que ele será capaz de auxiliar Alicia depois de tantos anos?

“A verdade é que todo mundo tem medo. Um verdadeiro pavor uns dos outros. Eu tenho pavor de mim mesma, e da minha mãe em mim.”

O leitor acompanha sua trajetória e percebe que as pessoas em sua vida não são exatamente o que parecem a primeira vista, fazendo com que inúmeras teorias sejam criadas.

Theo é outro protagonista forte e complexo, com uma história pessoal que se entrelaça com as histórias dos seus pacientes. Além disso, ficamos nos perguntando o que realmente motiva a fascinação dele por Alicia especificamente.

A própria ambientação é uma protagonista marcante. O hospital psiquiátrico e as personalidades que o habitam destacam-se por suas peculiaridades e vão ganhando espaço conforme a trama se desenrola.

O livro é um suspense muito bem desenvolvido, onde pequenas pistas são colocadas no texto e o leitor precisa ficar atento. A forma como o enredo foi construído é bem inteligente, principalmente por alternar passado e presente com o auxílio do diário da Alicia, a única voz que essa protagonista possuí. É fascinante ler uma obra onde a protagonista é muda, mas ao mesmo tempo, tem uma presença tão marcante e impactante sem manifestar suas emoções e pensamentos. 

“A fúria assassina, a fúria homicida, não nasce no presente. Ela tem origem no território anterior a memória, no mundo da primeira infância, com abusos e maus-tratos, que vão se acumulando ao longo dos anos até explodir — não raro contra o alvo errado.”

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