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29.8.16

[Resenha] Cartas de amor aos mortos :: Ava Dellaira

Cartas de amor aos mortos
Autores: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Páginas: 334
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Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
Laurel recebeu uma tarefa de sua nova professora de inglês, escrever um carta para alguém que já morreu, e Laurel até escreve, porém entregar sua tarefa seria admitir que sua irmã está morta, seria admitir que ela está com medo, que sua família está em pedaços e que ela se sente mais culpada que tudo. E ela não pode fazer isso, pois mudar de escola foi sua maneira de tentar recomeçar, então ela não entrega, mas continua escrevendo cartas para grandes nomes que estão do outro lado, uma vez que ela não consegue escrever para a pessoa que mais importa e de alguma maneira precisa colocar para fora tudo o que está sentindo.
"Você cantava sobre o medo, a raiva e todos os sentimentos que as pessoas escondem. Até eu. Mas sei que você não queria ser nosso herói. Não queria ser um ídolo. Só queria ser você mesmo. Só queria que escutássemos sua música."
Alguns meses atrás Laurel perdeu sua irmã, ela estava lá naquela noite, estava com ela, viu o que houve, mas não consegue falar a respeito, agora sua mãe se mudou para a Califórnia - ela sente que foi por sua causa, por sua mãe achar que foi culpa dela -, seu pai perdeu o brilho que tinha e suas semanas passam ficando uma semana com seu pai e uma semana com sua tia Amy, que quer colocar Jesus em seu coração para que ela não acabe como sua irmã.

Começar o ensino médio não foi fácil e está sendo menos ainda se enturmar, ela não fala em sala, passa as aulas olhando as árvores e seus almoços entre comer o lanche no banheiro e ficar observando um jovem que olha para as árvores como se elas tivessem respostas, seu nome é Sky. Mas Laurel sabe que não pode continuar assim, ficar sozinha a deixa muito próximas de coisas que ela não quer pensar, então ela decidi ser corajosa como sua irmã era e conversar com a jovem, Nathalie, de sua aula de inglês, e assim ela ganha Hannah como bônus e Sky finalmente a nota, ele a olha tanto que suas bochechas esquentam e ela tem que desviar o olhar para ele não ver seu sorriso bobo. Mas isso é suficiente para preencher o buraco em seu peito? Não pensar ou falhar sobre o que aconteceu naquele dia é realmente a chave para esquecer? 
"Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir de que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos."
Esse é um livro que eu levei muito tempo para ler e só o li pois uma amiga me deu de presente, mas assim que abri e comecei a primeira carta eu soube que seria uma leitura frenética, triste e linda. Eu não estava enganada.

Por meio de cartas para cantores e atores que já morreram Laurel vai nos contando sua história, ministrando mistério, dor, luto e a graça da vida em todos os momentos. Ela perdeu sua irmã e seu centro e tudo desabou, agora ela luta para descobrir quem ela é, como superar isso e como lidar com a culpa de continuar viva, de estar feliz e com a raiva de ter sido deixada para trás e sozinha.

Tudo é tão sincero e há questionamentos tão importantes que você acaba encantando. Você acaba pensando no quanto nossos dias são importantes, no quanto podemos, devemos e queremos fazer, no quanto ainda há por vir, você se pega querendo viver, pois esse livro é uma luta pela vida, mostrando seu lado mais doloroso e traumático. É uma luta por ser quem você é e não desistir de si. Por achar sua voz e se utilizar dela.

É um livro que mostra que você não precisa ser perfeito, mas precisa dar o melhor de si, por você e por aqueles que ama, mostra que a vida às vezes é uma merda, que nem todas as pessoas são boas e decentes, que o luto transforma e que a perda machuca, mas que logo ali na esquina, escondido entre ramos densos, se você olhar com cuidado e se der ao trabalho de ir lá explorar, vai encontrar um raio de sol que vai lhe mostrar o caminho para momentos e pessoas que lhe farão felizes, e que se não o tempo todo, pelo menos o suficiente para que você queira continuar aqui. 

A vida não é fácil, mas se fosse... se fosse, nós não daríamos o devido valor à ela.
"Sei que escrevi cartas para pessoas sem endereço neste mundo. Sei que vocês estão mortos. Mas posso ouvir vocês. Ouço todos vocês. Nós estivemos aqui. Nossa vida teve valor."

E também um recadinho da autora:


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Agatha

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