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30.9.16

[Resenha] O ano em que te conheci :: Cecelia Ahern

O ano em que te conheci
Autora: Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Páginas: 336
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Bem-vindos ao mundo imperfeito de Jasmine e Matt.
Vizinhos, eles não têm o menor interesse em tornarem-se amigos e nunca haviam se falado antes. Estavam sempre ocupados demais com suas carreiras para manter qualquer tipo de contato.
Jasmine, mesmo sem nunca tê-lo encontrado, tem motivos para não suportar Matt.
Ambos estão em uma licença forçada do trabalho e sofrendo com seus dramas familiares. Eles precisam de ajuda. 
Na véspera de Ano-Novo, os olhares de Jasmine e Matt se encontram de forma inusitada pela primeira vez. Eles têm muito tempo livre e precisam rever seus conceitos para poder seguir em frente.
Conforme as estações do ano passam, uma amizade improvável lentamente começa a florescer.
Uma história dramática, original e divertida como só Cecelia Ahern é capaz de escrever.

Foi o amor de seu avô pela jardinagem que inspirou a escolha do nome da protagonista: Jasmine, uma mulher que foi demitida da empresa que ela própria ajudou a fundar, a Fabrica de Ideias, onde eles recebiam as ideias das outras empresas e as melhoravam. Com uma licença de um ano, ela precisa encarar as coisas, diferente de quando tinha uma distração, se sente inútil, servindo apenas para ser madrinha de batismo dos filhos de suas amigas. Ela considera que sua vida começou quando aos 5 anos seu primo contou que um dia ela iria morrer, e foi a a partir dai que ela realmente nasceu.

Jasmine tem uma irmã mais velha, Heather, que tem Síndrome de Down. A mãe delas morreu de câncer de mama aos 44 anos e o pai não é comunicável, dando atenção apenas a sua filha com outra mulher: Zara. A protagonista cuida de sua irmã como se fosse uma mãe para ela, mesmo sendo a irmã mais nova, tenta protegê-la de todo mal do mundo e acaba sendo protetora de mais.
‘’Eu trabalhava a um ritmo que muitas vezes me deixava sem fôlego, e mal tinha um movimento para me reagrupar comigo mesma. Corria bastante atrás de mim, mas raramente me alcançava; eu era rápida.'’
Matt Marshall é um locutor da maior estação de rádio da Irlanda, ''O Trombone de Matt Marshall'', está no comando dos talk shows, até que ele é demitido após um programa desrespeitoso, seu filho publicou um vídeo no Youtube humilhando o pai e a situação com sua esposa está indo de mal a pior.

Ambos moram um em frente ao outro em uma rua suburbana sem saída em Sutton, Jasmine odeia Matt por causa de um programa sobre Síndrome de Down onde o assunto foi retratado de maneira imatura. Mas no ano novo os olhares dos dois se cruzam. Ambos desempregados e com conflitos familiares, uma amizade começa a crescer, mesmo que a personagem guarde rancor dele, além do mais, Jasmine decide que irá trazer seu jardim de volta.
‘'Até então eu não tinha pensado que não viveria para sempre; e por que pensaria? O tópico da minha morte nunca fora mencionado casualmente.’’
Os personagens secundários foram bem construídos, a protagonista nos mostra um pouco sobre a vizinhança e sua rotina. Com o desenrolar do livro alguns nomes vão aparecendo e é bom que o leitor preste atenção em cada um, algumas histórias mesmo sendo apenas plano de fundo são emocionantes e fazem parte do dia a dia da protagonista.

A Síndrome de Down foi tratada de maneira sincera e com vários ensinamentos. Heather é uma mulher com várias peculiaridades. Uma mensagem que aprendemos é que até nós, que não temos preconceitos, as vezes acabamos agindo como tal, sendo protetores com alguém que sabe se cuidar. Ela foi uma personagem que me conquistou e me ensinou bastante.

Jasmine é uma protagonista cheia de vontades, mas que se sente sozinha e triste sem um emprego, a todo momento ela precisa fazer algo, e não só o jardim dela retorna, mas também sua alma floresce, ela aprende que precisamos entender melhor todos ao nosso redor, e também deixa para o leitor algumas mensagens de como não tratar alguém desempregado.

Matt no início é apenas um vizinho bêbado, mas no decorrer do livro percebemos que ele sofre bastante com sua família, seus filhos perderam a intimidade com ele e sua mulher praticamente finge que ele não existe quando tenta entrar em casa. Ele me fez ficar revoltada com tudo que disse em seu programa na rádio, mas entende Jasmine como ninguém, sempre tem uma resposta na ponta de língua e seu principal mecanismo de defesa é o sarcasmo, percebemos que ele gosta de machucar os outros com as palavras.
"Milagres só crescem onde vocês os planta."
Um ponto alto do livro foi a protagonista e seu jardim, sabemos de maneira nada cansativa o trabalho de plantá-lo e planejá-lo, a autora cria metáforas e comparações das plantas e a vida da personagem, que faz o leitor ficar apaixonado pelo ato da jardinagem. É curioso que Jasmine trata o fato de sua morte como algo que estimula ela a viver, ao invés de algo triste e desmotivante.

Cecelia Ahern está na lista de minhas autoras preferidas, ela sabe narrar uma história predominando os sentimentos e pensamentos dos personagens, mostrando seus medos mesmo que tentem esconder dos outros. Sabemos seus pontos fracos e suas maiores vontades, a narrativa do livro é diferenciada, em primeira pessoa, onde Jasmine narra os fatos para Matt, e não para o leitor, o que acabou sendo uma escolha admirável, pois nas entrelinhas nós conseguimos perceber sempre algo a mais. A autora narra com fluidez e envolvência.

Não é um livro cheio de reviravoltas e seres de outro mundo, também não será o livro que você irá terminar em um dia, é uma história que envolve atos e aspectos que são ou podem ser do cotidiano de muitos: família, Síndrome de Down, desemprego, jardinagem, perda... A autora não precisa de muito para nos conquistar com seu drama, apenas nos reforça a ideia de que cada um tem sua história -assim como fez em seu outro livro: A Lista-, e cada um age diferente em algumas situações em que precisamos de atitude, ou a falta dela.
‘’Que é o mundo contra você, ou mais você contra a casa, e que você precisa entrar de qualquer maneira’’
O ano em que te conheci nem de longe é um romance (do tipo que envolve paixão), os personagem não criam laços além de amizade, mas trata de temas e assuntos que podem trazer reflexões ao leitor, separado em 4 partes: Inverno, Primavera, Verão e Outono, aprendemos que as estações podem sim transformar nosso humor e podem trazer o amor pela jardinagem ou simplesmente o amor pela vida e a rotina. 

A capa do livro está linda e faz jus ao conteúdo, pois mostra uma casa de frente com a outra, que no caso é a casa de Jasmine e Matt. A diagramação é no padrão que os livros da autora seguem: mesmo espaçamento e mesma fonte. Encontrei apenas 1 erro de revisão, mas que não me incomodou. 

— Todos nós temos momentos marcantes em nossa vida, períodos que influenciaram mudanças pequenas ou profundas dentro de nós. Posso pensar em quatro momentos transformadores para mim: o ano em que nasci, o ano em que soube que ia morrer, o ano em que minha mãe morreu e agora tenho um novo, o ano em que te conheci.

comentários pelo facebook:

13 comentários

  1. Eu nunca li esse livro. Meu contato com a Cecília foi através de outros livros. Acho ela genial quando se trata de enredos diferentes e envolventes. Por outro lado acho a escrita dela um pouco parada. Mesmo assim vou anotar a dica. Beijos

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  2. É engraçado como as opiniões podem ser divergentes, não é? A sua resenha é a segunda direto que leio sobre esse livro e a primeira não tinha uma opinião tão positiva, já a sua, é completamente o contrário. Sou louca pra ler algo sobre a autora, ela parece gostar de narrar dramas e coisas do cotidiano, algo que sou fã demais. Adorei a sua resenha, super completa.
    Um abraço!

    http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/

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  3. Eu também achei a capa desse livro linda e gostei muito de ver a sua opinião sobre o livro. Eu ainda não li nada da autora e até acho que eu vá gostar desse livro mas eu não pretendo começar por ele, quero muito ler outros livros dela antes de ler esse, para já estar familiarizada com a escrita dela, pois embora parece um bom livro (e acredito mesmo que seja) eu acho que não é tão bom assim. Mas sei que quero ler e também sei que vou gostar.

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  4. Olá
    Eu não li nada dessa autora, ate ia ler essa obra em questão, mas acabei dando para o meu colega de blog que pela a resenha,eu percebi que, ao contrário de ti, ele não gostou muito não. Adorei a sua resenha. Gostei principalmente que o livro pode ser bem 8ou80. Até mais vê
    Bjs

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  5. Olá Maria Fernanda,
    Esse livro é um dos meus novos favoritos da vida por eu ter me identificado tanto com a personagem. Achei mesmo a protagonista com seu jardim um ponto alto. é engraçado como a mudança das flores e das estações de assemelham com as mudanças pelas quais passamos.
    Gostei também da forma como a autora trabalhou a Síndrome de Down.
    Adorei sua resenha.
    Beijos,
    Um Oceano de Histórias

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  6. Esse livro meio que divide opiniões, uns amam, outros odeiam e uns mais ou menos. O plot não me desperta interesse, mas sua opinião sim. Achei interessante os pontos fortes que você ressaltou, sem deixar de falar de umas coisinhas pra mim tornam o livro desinteressante. Assim que conseguir encontrá-lo em uma biblioteca irei lê-lo, pois comprar tá meio difícil...

    ;D
    Nelmaliana Oliveira

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  7. Oi, Maria Fernanda! Tudo bem?
    É a segundo resenha sobre O Ano em que Te Conheci. A coisa mais interessante que puder perceber é o ponto de vista de cada leitor. Em uma outras resenha, vi mais pontos negativos do que positivos, mas no seu é o inverso. Eu gostei da sua resenha, bem detalhada e de fôlego, mas acho que ficou um pouco grandinha, a meu ver. No fim já estava um pouco cansado. Em compensação está impecável. Quanto à história, parece ser bem interessante, porém não fui figada por ela. Apesar disso, não vou descartar a possibilidade de lê-lo no futuro. Obrigado pela dica.
    Abraço!

    meuniversolb.wixsite.com/meuniverso

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  8. Oi Maria Fernanda
    Acho tão interessante como opiniões variam né? eu vi outro ponto de vista da obra que me assustou, pois já mantive contato com a escrita da autora e ela me pareceu ser como o que o garoto falou, por isso fiquei com medo de achar essa obra assim tbm, por isso fiquei feliz de ver a sua visão positiva do livro, espero que ele funcione pra mim como foi pra você
    Beijos

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  9. pra ser sincera eu não curti a leitura... achei muita monótona. esperei demais da escrita e me frustrei... ainda pretendo dar outra chance pra Cecelia mas a primeira vista, não rolou... =T
    mas fico feliz que vc tenha curtido a leitura, num todo...
    bjs...

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  10. Não conhecia nada a autora, mas não é algo que me encante. Romances um tanto melancolicos, acho meio chato. Interessante a autora comprar a estrutura do jardim com a vida. Assim conseguimos entender mais de cada personagem desenvolvido.

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  11. Mesmo não sendo um livro cheio de reviravoltas que nem você disse, eu achei a trama muito envolvente. Nunca li uma obra que tivesse sobre síndrome de down, então fiquei ainda mais interessada em ler. Gosto da escrita da autora, e acho que vou gostar bastante da leitura.
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  12. Oii, tudo bem?
    Estou curiosa para ler esse livro, acho que vai ser ótimo para mim ler um livro que não tenha tanto romance, ultimamente tenho lido muitos livros de romance, adoro, mas cansa um pouco por isso é bom diversificar.
    Adorei o post, parabéns.
    Abraços da Mary
    http://leiturasdamary.blogspot.com.br/

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  13. oie, eu acabei de ler esse livro e ao contrário de você infelizmente alguns pontos não foram tão positivos, como a narração feita por jasmine. achei ela meio entediante, cansativa, com o monólogo insessante. por outro lado gostei muito do modo como foi abordada a sindrome de down e da construção do jardim

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