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9.8.17

[Resenha Escrita e em Vídeo] O Ceifador :: Neal Shusterman

O Ceifador - Scythe #1
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 448
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador — um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a “arte” da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão — ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais —, podem colocar a própria vida em risco.
(Caso prefira resenha em vídeo vá para o final desse post)

Se você é fã de distopias, você provavelmente vai gostar desse livro. Apesar de o Ceifador não ser bem uma distopia, ele é exatamente o oposto disso: uma utopia.



Nosso livro se passa em um mundo no qual as pessoas não morrem mais. A sociedade e a tecnologia se desenvolveram a tal ponto que todas as doenças foram curadas. Assim, ninguém mais morre de doenças, causas naturais ou mesmo acidentes. Agora, é possível reviver as pessoas em centros, ou seja, mesmo que alguém tente suicídio, ainda assim os médicos conseguem revivê-los.

Por conta disso, o aumento populacional é imenso e, assim, foram criados os Ceifadores. Eles são pessoas treinadas e designadas apenas para uma coisa na vida: coletar (lê-se: matar) outras pessoas. Com seus mantos coloridos, a única função dos ceifadores na sociedade é coletar e andar por aí com um anel no dedo. Quando os ceifadores acham certo, eles podem também conceder imunidade a qualquer pessoa desde que ela beije o anel.

É nesse cenário que o Ceifador Faraday, já há muitos anos na carreira, resolve adotar dois aprendizes: Citra e Rowan. Apesar de nenhum dos dois querer o cargo na ceifa, Faraday lhes explica que é justamente por isso que ele os escolheu, já que ele acredita que nenhum ceifador deveria gostar da função. Os dois adolescentes então serão treinados na arte de matar e em vários outras questões filosóficas. 
O que mais desejo para a humanidade não é a paz, o consolo ou a alegria. É que ainda morramos um pouco por dentro toda vez que testemunhemos a morte de outra pessoa. Pois só a dor da empatia nos manterá humanos. Nenhum Deus vai poder nos ajudar se algum dia perdermos isso.
O grande problema é que, à medida que o treino vai se desenvolvendo, outros ceifadores passam a questionar Faraday. Por causa disso, o treino deles vai tomar proporções que nenhum dos três tinha imaginado.



Vou começar esse momento dizendo que: leiam esse livro! Eu recebi o livro em parceria com a editora e, apesar de antes de me mandarem eu já estar animada, depois que li sai falando pra todo mundo que esse livro é maravilhoso!

Achei toda a proposta do mundo dos ceifadores incrível. Nós constantemente vemos em livros situações em que o mundo desandou, tudo acabou, a humanidade está perdida e ficamos sonhando com um mundo onde essas coisas não existam mais. E, olha aí, mesmo sem miséria ou doenças, o mundo continua com vários defeitinhos.
A humanidade é inocente, a humanidade é culpada; ambas as afirmações são inegavelmente verdadeiras. 



O autor soube trabalhar muito bem os personagens. Achei todos eles muito bem criados e desenvolvidos dentro do mundo. Por mais que sejam ceifadores secundários, ainda podemos endenter muito do seu passado e do que motiva eles a tomarem determinadas atitudes. Isso porque, a cada troca de capítulo, há uma página de um diário de ceifador - coisa que eles são obrigados por lei a manter.

O único personagem que eu gostaria de ter conhecido melhor é um dos ceifadores que vai contra o treinamento de Faraday. O tal do antagonista do livro não tem uma história por trás e achei que isso fez com que ele ficasse até meio fraco perto de todos os outros personagens tão bem desenvolvidos.

O ponto máximo do livro pra mim foram justamente os questionamentos que o autor coloca sobre a nossa vida. Já que os ceifadores coletam, o mundo é colocado em questão: Será que eles são as pessoas certas pra isso? Quem tem o direito de tirar uma vida? Qual a melhor forma de escolher quem vai ser coletado? Isso é feito de forma piedosa na prática?


É um livro que te deixa refletindo sobre esses questionamentos durante vários dias. Eu gostei muito da leitura, principalmente por ela ser bem fluida e, juro, estou aqui torcendo os dedos de ansiedade pra conseguir uma data de publicação do segundo volume!

Resenha em vídeo:


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