[Resenha] Na Escuridão da Mente :: Paul Tremblay

Na Escuridão da Mente

Autor: Paul Tremblay

Editora: Bertrand

Páginas: 266

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Um dos livros mais assustadores do ano, vencedor do prêmio Bram Stoker Award. A vida dos Barrett é virada do avesso quando Marjorie, de 14 anos, começa a demonstrar sinais de esquizofrenia aguda. Depois que os médicos se mostram incapazes de deter os acessos bizarros e o declínio de sua sanidade, o lar se transforma em um circo de horrores, e a família se vê recorrendo a um padre da região. Acreditando que seja um caso de possessão demoníaca, o padre Wanderly sugere um exorcismo e entra em contato com uma produtora que está ávida para documentar tudo. Com o pai de Marjorie desempregado e as dívidas se acumulando, a família hesitantemente aceita, sem imaginar que A Possessão se tornaria um sucesso imediato. Quinze anos depois, uma autora best-seller entrevista Merry, a irmã mais nova de Marjorie. Ao se recordar dos acontecimentos de sua infância, uma narrativa alucinante de terror psicológico é desencadeada, levantando questões sobre memória e realidade, ciência e religião... e sobre a real natureza do mal.

É difícil começar uma leitura sem saber o que esperar, guiando-se apenas pelo comentário supérfluo de um autor que você admira muito (no meu caso Stephen King). Foi assim que iniciei a leitura de Na Escuridão da Mente, do autor americano Paul Tremblay.

No enredo conhecemos uma Meredith adulta que está relatando um dos momentos mais sombrios de sua infância para uma autora que escreverá sua biografia, a história da sua família, os Barrett.

Quando criança Meredith presenciou sua irmã mais velha, Marjorie, ser possuída por uma entidade demoníaca. Claro que aos olhos de uma criança - e também de adultos - isso não existe e a medida que os capítulos avançam embarcamos fundo nas lembranças de uma Meredith criança que não entendia porque sua única irmã estava começando a ter pensamentos tão violentos principalmente para com ela.

Por questões financeiras, nossa protagonista quer acreditar que tenha sido por isso, os pais fazem acordo com uma equipe de um reality show que quer mostrar na íntegra a possessão de Marjorie. Logo, a casa se torna uma zona, um local repleto de câmeras que seguem todos a todos os lugares. E quando um padre chega para começar um exorcismo é o momento em que as coisas começam a ficar estranhas.

Foi complicado engolir o enredo pois o mesmo já é muito batido na ficção, não é nada novo no mercado, é temática quase que obrigatória para o currículo de qualquer diretor do gênero terror/suspense. Avancei sedento por trechos em que a originalidade imperava e foram raros os momentos.

O que torna Na Escuridão da Mente um livro a ser lido é o fato de termos um adulto tentando lembrar da infância, dos detalhes que tanto perdemos no decorrer do ano com os nossos dia-a-dia tarefados e traumas seja em relacionamentos amorosos como profissionais e etc.

Para ler tal obra é preciso acreditar na pequena Meredith. É necessário tentar ter uma mente ingênua. Só assim para se entregar ao enredo e digerir as cenas nada originais para o gênero do suspense.

A construção dos personagens é boa. Vemos uma protagonista que não é o foco principal do enredo, mas sim uma coprotagonista, tentando mostrar com precisão todos os acontecimentos que se lembra. Vemos alguém que não se entrega ao que todos falam e tenta manter a realidade ao seu lado custe o que custar. Vemos uma família desmoronando pouco a pouco mas que tenta a qualquer custo ficar de mãos unidas.

Não diria que a obra é um terror, mas um suspense leve que traz uma grande reviravolta em seu final, que choca e nos faz questionar tudo que foi lido nas 266 páginas dessa obra que até causou susto ao mestre do terror: Stephen King.

Com uma capa que trás desconforto, a edição física contém capítulos curtos, páginas amareladas e diagramação simples.

Na Escuridão da Mente é uma boa pedida para aqueles que buscam tentar se aventurar no gênero literário do suspense com um pé leve no campo do terror psicológico.