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22.6.19

[Resenha] A guerra que salvou a minha vida :: Kimberly Brubaker Bradley


A Guerra que Salvou a Minha Vida #1
Kimberly Brubaker Bradley
Editora: Darkside
Páginas: 240
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Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando. Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor.


Olá! Essa é a minha primeira resenha no blog e por isso pensei em trazer uma história que não só tenha me marcado, mas que também define muito os meus dois gêneros favoritos que é a Ficção Histórica / Romance. Espero que ao lerem esta resenha não somente venham a ter vontade de mergulhar nessa trama, como também sejam impactados pelas questões que a autora trás ao livro, que sem dúvidas são muito além de dramas internos.

Angustiante. Essa é a palavra certa ao se descrever este livro. Cada linha descrita salta de uma lágrima a talvez, um principio de conforto... É como se a história se desenrolasse de uma forma que ao posicionar o leitor em dois âmbitos, sendo eles, um, o sonho da jovem garota em ser livre, e o outro, todos os conflitos  que impedem sua liberdade; fizesse com que o mesmo se encarnasse por completo na personagem. No começo o leitor pode ter a impressão de que o que rege a história é o evento histórico, que no caso é a Segunda Guerra Mundial, porém ao decorrer da trama o mesmo percebe que isso é só um plano de fundo, e que o conflito maior é familiar.

Ada, nossa personagem principal é uma garota triste, cheia de sonhos, mas que por ter nascido com o "pé torto" é proibida pela própria mãe de sair de casa e de ter acesso aos estudos. Além de tudo isso, nossa protagonista sofre constantemente maus-tratos de sua mãe sejam eles psicológicos ou não; apesar de todos esses eventos a garota nunca desistiu de conquistar o amor de sua genitora, mesmo parecendo ser algo cada vez mais distante.

Sua vida muda quando a  cidade em que vive é evacuada e todas as crianças são mandadas para o interior. Ada escondida, junto de seu irmão Jamie, consegue embarcar.

Ao chegar em um lugar totalmente desconhecido encara não somente suas dores físicas pelo esforço feito ao se deslocar, como também o preconceito por parte da população em não acolher a pobre menina a quem eles julgam ser defeituosa. A garota e seu irmão  são enviados para casa de uma mulher rica e muito solitária, a mesma que a própria população julga ser má e fora dos chamados "bons costumes". Relutante, a mulher recebe as crianças em sua casa, e nessa atitude se inicia uma jornada de aprendizados entre os personagens, um elo de afeto é tão bem criado que a cada página virada da história pode-se sentir o acalentar de um abraço.

Sem dúvidas, essa trama é uma das mais belas e bem construídas que já tive o prazer de ler, a forma como a autora trás temas fortes, como abandono parental, ou capacitismo (nome dado ao preconceito a pessoas com algum tipo de necessidade especial); revela o domínio de criação, já que Kimberly contorna o enredo de uma forma doce mas sem perder a verdadeira finalidade de sua história que é a crítica a uma sociedade de conceitos e estigmas mal formados.
"Depois de um dia difícil, enquanto apoiava a perna na cama e tremia com o esforço de não chorar mais, pensei na Mãe me tomando pela mão e me ajudando a descer as escadas. Pensei nela me guiando pela rua, dizendo a todos: Esta é a Ada. É a minha filha. Vejam, ela não é tão imprestável quanto a gente pensava. Afinal de contas, ela era a minha mãe." (p.15)

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