Editora: Fábrica231
Páginas: 332
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Sinopse:Eleanor Oliphant é uma criatura metódica e solitária, cuja total falta de habilidades sociais e ausência de filtro ao dizer o que pensa acabam por afastá-la de uma convivência normal em sociedade. Além disso, sua aparência peculiar a transforma em alvo de piadas no ambiente corporativo. Mas, para ela, está tudo muito bem: às vésperas de completar 30 anos, Eleanor está satisfeita com a vida que leva — trabalha na área administrativa de uma empresa de design gráfico há quase uma década e passa os fins de semana em seu apartamento na companhia da planta de estimação, palavras cruzadas, muita pizza congelada, vodca e breves conversas ao telefone com a mãe, que está na prisão. Eleanor não sente o vazio de uma vida sem família e amigos porque nunca soube o que é ter a companhia e o amor de outras pessoas: desde muito nova habituou-se à rotina de passar de lar adotivo a lar adotivo até concluir a faculdade e arrumar um emprego. Mas tudo muda quando Eleanor conhece Raymond, o novo funcionário de TI da empresa. Quando os dois, juntos, salvam a vida de Sammy, um senhor que desmaia no meio da rua, os três se tornam amigos que salvam uns aos outros da vida de isolamento que vinham levando até então. E, por fim, com seu grande coração, Raymond ajudará Eleanor a revisitar traumas reprimidos do passado e encontrar o caminho para curar suas dores.
"Frequentemente parece que não estou aqui, que sou um produto de minha própria imaginação."
Eleanor Oliphant não está nada bem.
Essa é a premissa desse chick lit peculiar que consegue ser triste e ao mesmo tempo cômico. A personagem principal é Eleanor, uma mulher adulta e estranha, que vive uma vida rotineira e quase robótica. Eleanor não é comum, ela tem diversas dificuldades de interação social, não tem amigos e sempre está julgando as situações ao seu redor de um modo bem severo e pouco convencional, tão absurdos que ás vezes nos faz rir.
As cicatrizes em seu rosto e sua falta de vaidade feminina é um dos motivos também de não ser bem acolhida pelos seus colegas de trabalho. Mesmo sendo uma excelente e metódica funcionária em um escritório, Eleanor não possui a simpatia de seus colegas, e também não se esforça em agradar, ela tem um jeito próprio de lidar com as coisas, e conversar com outras pessoas não está na sua lista de preocupações. A única interação marcada uma vez por semana é ao telefone com sua mãe, que parece estar muito distante até mesmo da filha. O costume de comer sozinha, e passar as noites bebendo garrafas inteiras de vodca, já se tornou tão parte de si mesma, que já não consegue ver outras possibilidades.
Um dia ao se encontrar com o novo colega de trabalho, Raymond, os dois saem pra comer, e acabam ajudando um senhor de idade chamado Sammy, que cai no meio da rua depois de um desmaio. Raymond a convence a ajudar este senhor até o hospital. De inicio, o objetivo de Eleanor não é mais do que caridade e pura educação, seu objetivo não é visitar um desconhecido no hospital ou criar qualquer laço com essas pessoas. Mas Raymond insiste em aproximar Eleanor de Sammy, e os três acabam criando uma amizade genuína, que faz Eleanor interagir mais do que jamais fez antes. O sentimento de um carinho e reconhecimento humano é algo completamente novo para Eleanor, e experimentando essas novas sensações, Eleanor aos poucos vai se abrindo durante essa jornada.
"Dito isso, eu às vezes me perguntava como seria ter alguém – um primo, digamos, ou um irmão – para ligar em momentos de necessidade, ou mesmo apenas para passar algum tempo conversando. Alguém que conhecesse, gostasse de você, desejasse o seu melhor. Uma planta em casa, por mais atraente e robusta que fosse, não era bem o bastante, infelizmente."
"Quando o silêncio e a solidão caem sobre mim e a minha volta, esmagando-me, me cortando como gelo, às vezes preciso falar em voz alta, nem que seja para provar que estou viva."
Também não é um livro com grandes acontecimentos, o foco centra-se na vida cotidiana de Eleanor, vivendo sobre seu ponto de vista e narrado em primeira pessoa pela mesma. Mas ainda que possa ser uma leitura morna para alguns gostos, é envolvente pela sua autenticidade.
"Eleanor Oliphant está muito bem" é uma obra fácil de se ler, mas com uma sensibilidade profunda, nos leva a refletir sobre temas delicados como a depressão, traumas familiares, relacionamentos abusivos e sanidade mental de uma forma muito sútil e responsável. Talvez possa trazer alguns gatilhos emocionais pra algumas pessoas, mas ainda assim é um livro relevante para a temática. É uma experiência interessante e instigante, que nos faz lembrar como é importante as relações afetivas e como compartilhar momentos com outras pessoas pode ser a cura para muitas dores.
Oi, Débora como vai? Me parece um livro bastante envolvente não é mesmo! Fiquei com vontade de o ler. Muito boa sua resenha. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Débora,
ResponderExcluirEsse livro está na minha wishlist, pois eu gosto muito desses livros que mostram pessoas diferentes, com problemas diferente e que precisam lutar para manter a sanidade mental.
Adorei sua resenha, só me deixou com mais vontade de ler esse livro!
Boas leituras,
Apesar do Caos