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20.2.15

[Resenha] Encontros no parque :: Hilary Boyd

Encontros no parque
Autora: Hilary Boyd
Editora: Record
Páginas: 336
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Encontros no parque - Em mais de trinta anos de casada, Jeanie sempre foi uma esposa amorosa e mãe dedicada. E agora é avó – com muito orgulho. Ela se considera feliz, apesar de George, o marido, ter passado a dormir em outro quarto há vários anos, sem lhe dar qualquer explicação. Certo dia, enquanto leva a neta para passear no parque, Jeanie conhece Ray, que está ali também na companhia do neto. Ray parece ser tudo o que George não é: compreensivo, bom ouvinte, alguém com quem ela consegue se abrir e ser sexy. De repente, Jeanie se sente atraente de novo e, sem querer, apaixona-se perdidamente. Ela sabe muito bem que sua nova paixão ameaça tudo o que construiu ao longo dos anos, mas sente que vai ser difícil abrir mão dela. Será que Jeanie teria a coragem necessária para mergulhar no turbilhão de um novo romance e de uma paixão avassaladora a essa altura da vida?
A capa de Encontros no parque me chamou a atenção entre tantas outras, ela, por mais bobo que isso pareça, me lembrou as toalhas que minha avó costumava usar e eu o pesquei na prateleira, e encontro essa árvore mega fofa.

Jeanie leva uma vida bem comum, tem uma marido calmo e por vezes controlador, tem uma filha bem sucedida, tem um genro por demais egocêntrico, tem uma neta pequenina e maravilhosa e tem uma loja de alimentos naturais de que se orgulha muito.

A única coisa que ela pode, mesmo, reclamar de sua vida é que há dez anos, George, seu marido não divide a cama com ela; em uma noite ele simplesmente se levantou e disse "Não posso mais fazer isso.", e sem qualquer explicação se mudou para o quarto de hóspedes, Jeanie até tentou confrontá-lo mas o silêncio das horas se arrastaram pelos dias, messes e anos e agora eles se adaptaram. Não que alguém saiba disso, mas eles deram seu jeito.

Porém tudo parece se abalar quando Jeanie leva Ellie ao parque e esbarra em Ray, ambos mal conseguem acreditar que as crianças são suas netas e não filhos, e entre uma palavra e outra, entre um encontro ou outro eles acabam se tornando amigos, entre um encontro ou outro eles acabam por perceber uma química e conforto na presença um do outro, entre um encontro ou outro Jeanie descobre que seu marido quer sair de Londres e se mudar para o campo e que novamente ele está lhe impondo algo que ela não quer e que se afastar e perder a loja - e Ray - lhe parece doloroso demais.

Mas no meio de tudo isso, entre tantos acontecimentos, inclusive o seu aniversário de 60 anos se aproximando, ela nota que não se sente velha, que ela está saudável e que ela quer continuar a viver livremente, mas será que ela deve se arriscar a perder tudo? Sua família, seu marido, sua neta por alguém que não lhe deu garantia nenhuma? Será que ela deve jogar fora o amor calmo e gentil, porém um tanto quanto controlador de George, pelo sentimento intenso e quente e confortante que cresce a cada dia mais por Ray? 


O livro é narrado em terceira pessoa sob o ponto de vista de Jeanie, uma senhora que depois de ter vivido uma vida longa e "completa" de repente esbarra em mais, e ela nem sabia que esse mais existia.

— Sessenta anos é o paraíso — dissera a Jeanie uma vez enquanto tomavam um chá. — O mundo não quer mais saber de você, e, para todos os efeitos, você se tornou invisível, especialmente se for mulher. Gosto de pensar nessa fase como a terceira vida. Temos a infância, a conformidade adulta, com trabalho, família, responsabilidades, e, finalmente, quando todos imaginam que tudo acabou e que você virou sucata, a liberdade! Você pode finalmente ser quem é, e não o que a sociedade quer que você seja ou quem você acha que deveria ser.

Para ser honesta o livro foi uma surpresa, não sabia que contava a estória de pessoas na meia idade, pensei que se tratava de jovens de vinte/trinta anos, mas como diz no livro "E por acaso o amor tem idade?", e eu sei que ele não tem, todos temos a chance de nos apaixonar, de nos encantarmos e sentirmos nossas pernas bambearem novamente, afinal eu gosto de acreditar que há mais de uma alma por aí que possa completar a nossa, e que podemos encontrá-las ao longo da vida.

— Essa coisa de parquinho é nova para mim. Não conheço bem as normas de comportamento .— Não há normas — assegurou-lhe Jeanie, com uma gargalhada —, exceto sempre garantir que, não importa o que aconteça, a culpa não é da sua criança!

Gostei muito da profundidade dos acontecimentos e dos sentimentos das personagens, amei de paixão a melhor amiga da protagonista, Rita, que a apoia seja qual for sua decisão mas que lhe deseja apenas o melhor, ou seja, a felicidade, gostei também da energia dessas mulheres, que apesar de terem sessenta anos, de velhas não tem nada; que fôlego elas tem, e como Rita é sincera, adorei o senso de humor dela e sua sinceridade, claro, fiquei pensando que quando tiver essa idade quero ter esse pique.

— Netos são uma coisa estranha — disse o homem, sem tirar os olhos do menino. — Eu não imaginava que fosse tão especial. — Era quase como se ele falasse consigo mesmo. — Mas ele é tudo para mim.

Foi interessante ver a vida do ponto de vista de pessoas que já vivenciaram tantas coisas e ainda sim conseguem se surpreender com novos acontecimentos e sentimentos. Assim como ver o amor que uma avó e um avô tem por seus netos, como eles reagem aos maridos das filhas e como as vezes a calma que eles transmitem é treinada. E também gostei de como o romance foi tratado, afinal sabemos que a protagonista é casada e então conhece outro cara por quem se apaixona, muitos condenam isso, acham a traição algo horrível e eu não lhes tiro a razão, mas nem sempre, com o passar do tempo, continuamos sendo felizes com quem estamos e no fim a rotina vira enganosa mas reconfortante e sabemos que o coração não pode ser controlado, foi natural e não intencional as coisas entre Jeanie e Ray e achei sensata e responsável a maneira como ela lidou com as coisas, a achei forte e bondosa e justa.

— Só estou dizendo que... — Ele fez uma pausa e lançou os braços para o ar em sinal de frustração. — É simples: não ver você é uma opção muito triste para mim.

No fim recomendo a leitura para aqueles que gostam de romances reais, que nos toquem e nos façam refletir, esse não é um chick-lit e não há aquele afobamento infantil e adolescente - até tem, afinal que pessoa apaixonada não dá uns chiliques de vez em quando? - aqui encontraremos um amor maduro, calmo e ao seu modo avassalador e lindo.  

— Está bem. — Jeanie cobriu o rosto com as mãos. — Ah, Rita, eu estraguei tudo. Ele ficou sentido. O que posso fazer? Devo telefonar?Rita levantou-se, pegou o braço de Jeanie e começou a conduzi-la pelo caminho asfaltado.— Não faço ideia, querida. Vocês estão se comportando como adolescentes. Lavo as minhas mãos.

comentários pelo facebook:

3 comentários

  1. Quando eu comprei esse livro, eu não estava muito animada com a leitura, mesmo com as resenhas positivas. Depois, quando finalmente dei uma chance, fiquei apaixonada pelos personagens e pelo enredo. Achei muito diferente de tudo o que eu já tinha lido e me encantei.

    http://laoliphant.com.br/

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  2. Olá.
    Nossa, eu não conhecia esse livro, me atraiu, deve ser uma leitura bem gostosa.
    Gosto muito de livro que nos tocam.
    Vou procura - lo.
    Beijos.

    http://www.leituradelua.com

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  3. Amiga olha eu não conhecia o livro não.
    Depois que você me falou dele fiquei bastante interessada e li sua resenha pelo meu celular, mas sinceramente a história mesmo não me chamou muita atenção, embora você disse que é bem minha cara. É capaz que eu até venha a gostar, não sei, mas eu achei a diagramação dele linda. Espero ter a chance de ler assim que tiver chance. Parabéns pela resenha. Ficou ótima. bjoss

    lovereadmybooks.blogspot.com.br

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