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10.4.15

[Resenha] A Joia :: Amy Ewing

A Joia - A Cidade Solitária #1
Autor: Amy Ewing
Editora: Leya
Páginas: 352
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Joias significam riqueza, são sinônimo de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão. Violet nasceu e cresceu no Pântano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária. Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza. Agora, aos dezesseis anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará sua vida como substituta. Mas, aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente - e terá que lutar por sua própria sobrevivência. Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco! Em seu livro de estreia, Amy Ewing cria uma rede de intrigas e reviravoltas na qual os ricos e poderosos estão mais envolvidos do que se possa imaginar, e onde o desejo por saber o destino de Violet manterá o leitor envolvido até a última página.
Quando eu vi essa capa, que devo dizer é linda, me peguei pensando "Finalmente uma distopia para se comparar A Seleção...", afinal tem uma menina trajando um vestido que me remete a nobreza e espelhos, quem não pensaria isso? Mas sabe o que me surpreendeu? É que eu estava errada.
"Tem algo de muito animador em ver o mundo ganhar vida com mil cores. Me dá esperança."
Violet Lasting sabe que a partir de amanhã sua vida irá mudar em absoluto, até ali nada era muito real, nada parecia de fato estar acontecendo, seu futuro, seu destino era uma coisa distante, que ela podia fingir não existir, mas agora há um dia de sua nova vida, há um dia de perder o que lhe resta, há um dia dela se tornar propriedade de alguém ela se sente simplesmente apavorada, a única coisa em que consegue pensar é que preferia não ser uma substituta.

Há muitos anos a realeza deixou de ser fértil, em sua obsessão pela linhagem eles contaminaram seu sangue e agora todas as mulheres são estéreis - incapazes de gerar seus próprios filhos - mas eles descobriram uma maneira, descobriram a salvação da linhagem real e ela está nas meninas do círculo mais pobre, está nas meninas do Pântano, está na estrutura genética de tais meninas que as dotam dos presságios, e a partir de então todas devem se submeter a um exame e se escolhidas são levadas para internatos e educadas para que aos dezesseis anos possam participar do Leilão, onde então serão compradas por senhoras nobres e umas poucas muito ricas vindas do Banco.

E por mais que Violet soubesse disso desde sempre, por mais que nos últimos quatro anos ela tenha sido preparada, ela ainda não se sente nenhum pouco pronta para deixar de ser alguém e se tornar o lote 197, a quarta mais desejável do Leilão deste ano. 
"E Lily está muito animada, como se houvesse mesmo uma possibilidade de ser objeto de uma lance da Eleitora. Ela é só o lote 53. E eu me odeio assim que penso nisso. Ela não é o lote 53, ela é Lily Deering."
Mas assim que a Duquesa do Lago a compra e sua nova vida começa, Violet percebe que as coisas não são tão simples, os jogos de poder são muitos e os perigos envolvem todas as substitutas, nenhuma delas está a salvo, ninguém ali se importa com ela, a nobreza só quer uma coisa: poder, e se ela não sair dali o mais rápido possível pode ser tarde demais. 

Por isso quando surge uma chance de fuga ela a agarra com todas as forças, mas de repente um belo rapaz de olhos esverdeados a surpreende e ela sabe que seu coração não lhe pertence mais, agora ela terá que decidir, fugir e viver escondida ou amar e morrer ser for pega? Quem dera fosse tão simples.
"— É verdade. — Ele chega mais perto de mim. — Violet, se não pararmos com isso agora, tenho medo de... de não querer parar nunca ."


O livro é narrado em primeira pessoa do ponto de vista da Violet, claro, e posso dizer que a escrita é fluída e que tudo passa muito rápido. Entretanto nas primeiras páginas do livro eu fiquei muito confusa, Violet fala vários nomes e aludes coisas que não conheço e fiquei, "Ou sou muito burra e não estou sacando qual é a do enredo ou eles vão explicar mais para frente e tudo fará sentido.", ainda bem que foi a segunda opção!

Como disse antes, pensei que poderia comparar essa distopia com a A Seleção, porém tirando o fato de que ambos envolvem nobres e roupas - e por isso pensem em vestidos e ternos da era vitoriana - bonitas eles não possuem mais nada em comum, pelo menos ao meu ver. Foi engraçado me pegar pensando "Nossa isso me recorda Jogos Vorazes" ou "Hey, algo assim me lembra Legend", e bem sabemos que fazer alusão a outras obras parece cada vez mais na moda, ainda sim foi surpreendente como Amy Ewing fez algo totalmente novo, é fantástico e pesado e ela tocou em assuntos "tabus" que me fizeram só gostar mais ainda dela. Outra coisa que me deixou animada foi o fato dela protagonizar sua distopia em uma ilha e não nos EUA.

Em um lugar onde meninas são vendidas por milhares de diamantes para a nobreza enquanto inúmeras famílias vivem na miséria, Violet, descobre que há coisas ainda piores do que tratar meninas como objetos ou animais de estimação, aprende que às vezes a melhor escolha é esperar, que os aliados podem ser os mais inusitados possíveis e que mesmo em meio a tantos jogos políticos, tramas e fofocas, ainda sim existem pessoas boas, ainda sim é possível sobreviver e entender mesmo depois de odiar.
"— O que acha? — Lucien pergunta. Não consigo falar nada. Ele se aproxima um passo, e nossos reflexos se tocam. — Queria que ainda ficasse parecida com você mesma."
Os personagens foram - muito - bem estruturados, e com isso eu quero dizer que até mesmo aqueles que você deve odiar possuem um passado bem pensado que te faz questionar todos seus atos, com isso quero dizer que até mesmo os serviçais servem a um propósito, que até mesmo o mais idiota tem utilidade, não há pontas soltas, não que eu tenha percebido pelo menos. E não posso deixar de dizer que Lucien, uma dama de companhia, e sim, um homem, me lembrou e muito Cinna, com suas roupas e maquiagens e seu olhar firme porém conspirador. 

Resumindo pois já falei muito, é um livro que indico para fãs de distopias que gostam mais de ver o problema do que o romance em si, que gostam de sociedades intrigantes e com altos escândalos, que não se choque com escravidão, prostituição, mortes públicas e gostem de tentar entender a genética das coisas. Acho que posso inclusive desafiar algumas leitoras e leitores de Game of Thrones a ler esse livro!


comentários pelo facebook:

5 comentários

  1. ÓTIMO, livros em que o romance é o segundo lugar, o problema o primeiro.
    Agora sim eu animei, depois de resenhas negativas veio a sua e me animou kkk

    Beijos

    http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Oie
      Então eu também gosto quando isso acontece em distopias apesar de que eu amo A Seleção por exemplo em que o romance está em primeiro lugar.
      Que bom que te animei.
      Bjs

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  2. ESSE LIVRO <33 ai meus feels, ele é realmente muito bom ! Nem tenho palavras pra descrever e nem sei como consegui resenhar. Não faço a mínima ideia como vou conseguir esperar até Novembro pela continuação !

    Beijos,
    Bia

    www.nasuaestanteblog.blogspot.com | @NaSuaEstante_

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    Respostas
    1. Oie Bia.
      Eu tento não pensar que vai demorar tanto!!! Kkkk. E só consegui resenhar porque peguei o celular e diz a resenha logo após ter lido, senão...
      Bjokas

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  3. Estava com grandes esperanças para esse livro. Ainda bem que você gostou dele.
    E pela sua resenha, ele é bem estruturado, então me confirmou que vou gostar desse livro!

    =)

    Every Little Book

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